O que aconteceria se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos e a sua condição. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna.
Depois de se acostumar com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens e que somente agora está contemplando a própria realidade.
Libertado e conhecedor do mundo, o priosioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.
Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros fariam pouco dele, não acreditariam em suas palavras e tentariam silenciá-lo.
Falar sobre o mito da caverna é falar sobre nossa sociedade. Estamos completamente cegos por nossas televisões e veiculos de comunicação. Preferimos viver observando simulacros do que viver a experiencia em si. A Opinião Pública, que geralmente se atribui à opinião geral de uma sociedade, é tão mutavel e corruptivel quanto o mundo ilusório dos sentidos que Platão se referia. E mesmo assim nos tornamos tão dependentes do viés de um jornal, de uma revista ou até de uma pessoa, que deixamos de ver o mundo com os nossos próprios olhos.
Evitamos pensar e nos tranquilizamos seguindo esse caminho mais facil, mas quando cultivamos a insensibilidade, não percebemos o quão banal ela é. E assim vamos aos poucos matando os nossos sonhos.
Orson Welles e Platão querem saber. Você ainda esta na caverna?
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