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Ololiuqui (Morning Glory)

Quando os Espanhois invadiram o México, entre os seculos 16 e 17, ficaram obsecados em apagar todos os traços da religião dos nativos para impor o Cristianismo. A verdade é que o ser humano nunca pratica o mal de maneira tão perfeita como quando o faz por convicção religiosa. O resultado foi a destruição sem precendentes.

Embora os registros do México Pré-colombiano tenha sido fragmentados e confinados a registros nem um pouco imparciais, sabemos, principalmente pela dificuldade de mudar os habitos dos indios, que o uso de plantas de poder fazia parte e tinham grande destaque dentro de seus dogmas. 

Para subjugar a psique dos nativos, os invasores católicos usaram técnicas que fariam a “Guerra contra as Drogas” de hoje parecer brincadeira de criança. A Inquisição já tinha em seu currículo algumas décadas de perseguição religiosa e para escapar da selvageria dos espanhois os índios passaram a esconder os seus ritos dos olhos severos dos conquistadores. Ritos que tinham a finalidade de ajudar os xamãs a descobrir a origens psicosomatica das enfermidades de seus pacientes.
O Ololiuqui é uma trepadeira perene de flores brancas, muito usada como uma planta ornamental. Suas flores geralmente desabrocham entre Dezembro e Fevereiro. Suas flores secretam muito nectar e por isso é conhecida, principalmente em Cuba, como uma planta muito importante para a produção de mel.
O uso do ololiuqui como enteogeno é freqüentemente relatado pelos inquisidores espanhois pela dificuldade de ser erradicado. Ololiuqui é uma palavra Nahuatl que significa “coisa redonda”. As suas sementes eram chamadas de coaxi-huitl, ou a planta cobra. A entidade que trabalha junto com a ololiuqui também era chamada de planta-cobra. Como outras plantas magicas, ela não era apenas o veiculo para entrar em contato com o mundo espiritual, mas a divindade e o objeto de adoração . Cuidadosamente escondido por xamãs e até mesmo pessoas comuns na era colonial em seus jardins, e lugares especiais e consagrados, eram oferecidos as sementes orações, encanamentos, oferendas, incensos e flores.
No Mexico, assim como no Brasil no caso das religiões afro descendentes, o ololiuqui mudou o seu nome para iludir os opressores catolicos e passou a ser chamada de Semilla de la Virgen. Apesar disso, o Ololiuqui era considerada uma entidade masculina e as vezes até se manifestava em forma humana para aqueles que comungavam com a trepadeira. O temor dos indios pelos inquisidores só era superado pelo medo de ofender a própria planta.  
Xochipilli é o "Principe das Flores" dos Astecas. Esta estatua de Xochipilli foi retirada de Tlalmanalco e é datada de aproximadamente 1450 DC. Seu corpo é adornado com as flores da Planta-Cobra. Para os Astecas a flor era uma metafora para os enteogenos, e repetidamente podemos ver expressões como "as flores que inibriam" em seus textos. 

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