Tenho sentido a necessidade de escrever sobre pedras. As sincronicidades a muito tempo me perseguiam, mas só agora, parece que estou preparado para falar um pouco sobre o assunto. A um ano moro em Alto Paraíso. Esta cidade é conhecida principalmente pelos cristais. Durante o ciclo do cristal toneladas de quartzo foi retirado da Chapada para construir rádios e radares. Rez a lenda que ao caminhar pela chapada era possível ver pontos de luz vindos dos cristais no chão que refletiam a luz do sol. Hoje ainda é possível tropeçar em cristais enquanto se faz uma trilha até uma cachoeira. Com o surgimento do quartzo sintético a extração do cristal se tornou inviável. Com o tempo, o ciclo do cristal minguou e foi substituídos por ecologistas e esotéricos.
Com passar do tempo fui conhecendo as mais diversas abordagens sobre os cristais. As brincadeiras e preconceitos que tinha durante a adolescencia foram aos poucos sendo substituídos pelo respeito. Fui amadurecendo e identificando as forças sutis das pedras.
Há um conto xamânico que o Criador vendo a escuridão da noite, pegou um cristal de quartzo e despedaçou-o em milhares de pedaços, jogando-os no Universo criou as estrelas. Os aborígines australianos chamam os cristais de luz solidificada. Os gregos o denominavam de "Kristallos", o gelo petrificado. Os índios norte-americanos acreditavam que eles eram os seres-pedras.
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